Existem estados patológicos, tanto psíquico como mentais, que têm uma forte influência em seu entorno. Não é preciso referir-se aos estados mais graves. A melancolia, a preguiça, o mau humor, a depressão, o egoísmo, o medo, a dúvida, o ceticismo, o fanatismo, a passividade e a violência – para não continuar citando exemplos similares – formam uma “nuvem” ambiental da qual é muito difícil escapar, a menos que se conte com certa força de vontade e uma personalidade bem definida.
O que mencionamos como fenômeno comprovável em pequenos grupos, também se dá em grandes concentrações humanas
Pois bem, nos interessa perguntar por que não se contagia a saúde, todas as vezes que os estados de consciência têm a particularidade de ser transmitidos? Sim, também a saúde se “contagia”, se podemos usar esse termo, ainda que, curiosamente, com muito mais dificuldade.
A saúde equivale a um estado de harmonia, de equilíbrio, e só pode contagiar àqueles que têm em si essas mesmas características, e são receptivos ao equilíbrio e à harmonia.
Os estados de consciência que só se movem dentro do estreito campo que vai do corpo até a mente, são os mais suscetíveis a adoecer e transmitir essas doenças. Todos tendem a mimetizar-se com o que têm diante de si, e se o que vêm são males, todos padecem desses males.
A saúde chama menos atenção que a doença. Considera-se um estado natural e por isso é simples, não apresenta elementos em destaque para imitar. O equilíbrio, infelizmente, não pode ser imitado, mas deve ser adquirido por esforço próprio, por realização própria. Aqui, mais do que contágio, podemos falar de exemplos. Aquele que recebe constantes exemplos de harmonia tentará equiparar-se e viver da mesma maneira. Porém, terá que tentá-lo com base em sua própria decisão, sem que valham os germens do contágio.
Pensemos, sintamos e atuemos sempre de maneira construtiva para afastar o fantasma das crises e deixar passar o indispensável raio de sol das soluções reais.
Délia Steinberg Guzman, presidente honorária de Nova Acrópole.