“Pois que, ó cidadãos, o temer a morte não é outra coisa que parecer ter sabedoria, não tendo. É de fato parecer saber o que não se sabe. Ninguém sabe, na verdade, se por acaso a morte não é o maior de todos os bens para o homem, e, entretanto, todos a temem, como se soubessem, com certeza, que é o maior dos males. E o que é senão ignorância, de todas a mais reprovável, acreditar saber aquilo que não se sabe? Eu, por mim, ó cidadãos, talvez nisso seja diferente da maior parte dos homens, eu diria isto: não sabendo bastante das coisas do Hades, delas não fugirei. Mas fazer injustiça, desobedecer a quem é melhor e sabe mais do que nós, seja deus, seja homem, isso é que é mal e vergonha. Não temerei nem fugirei das coisas que não sei se, por acaso, são boas ou más.”
Trecho do livro.
Nesta obra Platão escreve sobre Sócrates, seu mestre. Mais que contar sobre suas virtudes e ensinamentos, Platão conta como foi seu julgamento, sentença e morte, mostrando também os motivos que o levaram a aceitar a pena de morte mesmo depois de lhe ter sido concedido exílio do país em troca de sua vida.
Diante de um tribunal em que se pode ser condenado à morte, quem seria capaz de manter a clareza de critério e sustentar com integridade as escolhas e posições assumidas ao longo da vida? Essa é a atitude de Sócrates, o filósofo, que ao fim lança a pergunta: ‘Mas já é hora de nos retirarmos, eu para morrer, vocês para viverem. Entre mim e vocês, quem está com a melhor sorte?’
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