Vivemos no mundo do laser, dos aceleradores de partículas, da transmissão de imagens por satélite, dos grandes computadores e dos microchips, e de outras muitas coisas tão particulares desta época. Mas, ao mesmo tempo, vivemos com nossos desejos, paixões, defeitos e virtudes, com nossos medos universais e atemporais, próprios de todo ser humano e de toda época. É certo que cada tempo tem seu próprio medo, com os nórdicos temiam – quando o céu era Céu – que o Céu desabasse sobre sua cabeça, ou como o homem medieval temia atravessar os bosques à noite ou navegar nos oceanos por temor a bruxas, dragões e abismos, ou como o atribulado pacifista de agora teme que algum louco aperte o botão vermelho. No entanto, há medos de sempre que parecem fazer parte do ser humano e de sua bagagem psicogenética; acompanham o ser humano do berço à sepultura, durante toda sua existência, em todas as estações de sua vida. Assim, parece que as idades cronológicas participam mais do que acreditamos dos processos de natureza psicomental relacionados com o medo. Infância, adolescência. Medo da realidade É óbvio que a criança vive em uma realidade diferente, em que um pedaço de pau pode…