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Os Sonhos do Rei

Um dia, um rei teve um sonho: sentado em seu trono, no salão central do palácio, ao olhar à sua volta, viu que várias raposas entravam e saíam pelas janelas do salão, correndo de um lado para o outro, à sua volta. Assustado, chamou seus áugures e conselheiros e lhes pediu que decifrassem o sonho, mas nenhum deles deu uma resposta que lhe satisfizesse. Mandou, então, que se espalhassem proclamas por todo o reino descrevendo seu sonho e prometendo a recompensa de um saco de moedas de ouro para quem o decifrasse satisfatoriamente. No meio da floresta, um lenhador muito pobre, de nome Ravi, leu o proclama e pensava, sentado em um tronco de árvore, sobre como seria bom se ele soubesse o significado daquele sonho, pois um saco de moedas de ouro o redimiria de sua miséria. Quando assim pensava, pousou um belo e pequeno pássaro colorido próximo dele, no tronco, e lhe falou: “- O que o entristece, Ravi? Gostaria de saber o significado deste sonho do rei?” Ravi se assustou: “- O quê? Um pássaro que fala!” “- Não só falo, como também sei o significado deste sonho, e posso te contar, com a condição de que…

Era uma vez um rio

Era uma vez um rio – diz uma velha tradição oriental – que corria mansamente no seu cômodo leito de barro. As suas águas eram turvas e nelas viviam peixes da cor do chumbo que buscavam o seu alimento no lodo. Como era muito pouco profundo, nenhum ser humano ainda se tinha lembrado de fazer uma ponte sobre ele, conformando-se apenas em colocar algumas pedras no seu leito que improvisavam caminhos umidificados pelas lentas águas. Os animais dos bosques vagueavam pelos lugares menos profundos, revolvendo as entranhas do rio com as suas patas. Para beber iam ao lago mais próximo, porque as águas do rio eram escuras e cheiravam mal.