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O Fácil e o Difícil

Falamos de trabalhos difíceis, de assuntos difíceis, de situações psicológicas difíceis, de ações ou circunstâncias difíceis, de pessoas difíceis, de épocas difíceis… A lista seria infindável, e não pretendemos completá-la nem dar uma solução para cada um dos casos em tão poucas linhas. Queremos, sim, chamar a atenção sobre a posição interior de quem se enfrenta com o difícil. Quase todos reconhecem que há coisas fáceis: geralmente, são as que os demais fazem e umas poucas que cada um dos afetados cumpre satisfatoriamente. Não sei por que a maioria das pessoas pensa que “os demais” – os “não grous” do mito platônico – têm coisas fáceis para fazer, e que a vida acumula as dificuldades sobre a gente e não sobre eles. Talvez seja porque a maioria das pessoas não sabe se colocar, de verdade, no lugar das demais. Por outro lado, cada um sabe que, diante de certas situações, pode desembaraçar-se de qualquer dificuldade; cada um sabe que tem capacidade para fazer bem ou muito bem algumas tarefas. Junto a estas, se juntam muitas outras vistas como insolúveis, como metas inalcançáveis. Pensemos um pouco. O fácil em si não existe. Se perguntássemos a cada pessoa o que é que…

No Mês de Abril: São Jorge

Aqui está uma estranha figura, cujas histórias afundam tão profundamente dentro dos limites lendários que é muito difícil representá-la claramente. Mas São Jorge, inquestionavelmente, era um símbolo de tanta importância, que em diferentes épocas foi apresentado como uma bandeira da Cavalaria, Honra e Sacrifício. Os dados mais conhecidos nos falam de George, o príncipe da Capadócia, que atuou como guerreiro sob as ordens do imperador Diocleciano. Morreu em aproximadamente 303 dC, e desde então é lembrado por sua notável santidade cristã. No entanto, há um fato, mítico ou não, que o manteve fresco na memória de todos os tempos, e é a morte do dragão. Numerosas versões, algumas mais antigas que outras, nos dizem que São Jorge libertou uma princesa do ataque de um dragão, e de lá sua fama como cavaleiro invencível surgiu e de lá ele foi reverenciado como Patrono dos Cavaleiros. E é aqui que o mito apoia nossas buscas e nos ajuda a reconhecer esse herói e santo a quem nos referimos. Simbolicamente, tanto na Idade Média quanto em épocas anteriores, o Dragão é a imagem da matéria, do mal, das forças das trevas que espreitam e estão dispostas a destruir tudo com o fogo das…

Medo como Doença

Várias vezes já falamos e nunca é demais voltar a repetir: o homem está doente de medo e as consequências dessa enfermidade se manifestam em novos e piores distúrbios que aparecem a todo momento O medo é uma terrível garra que se fecha sobre os pensamentos, os sentimentos e a vontade, tirando do ser humano toda a possibilidade de ação inteligente. A atividade vital se reduz a defender-se, a escapar de tudo, a evitar as responsabilidades, a evadir-se de decisões, a esconder-se para “não chamar a atenção”; o cinza e opaco é hoje o mais apreciado e essas são precisamente as características do medo que também é opaco e cinza. Aparece nesta circunstância uma modalidade especial: a do “anti”, aquele que se opõe a todas as coisas enquanto estas coisas significam o menor esforço pessoal próprio. Todas as coisas são “más”, pois os defeitos são os primeiros que se destacam, enquanto que o medo crescente faz perder toda a oportunidade de reconhecer virtudes. Estar contra tudo – que é o mesmo que não estar a favor de nada – é uma nova expressão patológica derivada do medo. A única coisa que se sustenta como boa é o benefício próprio, a…