Falamos de trabalhos difíceis, de assuntos difíceis, de situações psicológicas difíceis, de ações ou circunstâncias difíceis, de pessoas difíceis, de épocas difíceis… A lista seria infindável, e não pretendemos completá-la nem dar uma solução para cada um dos casos em tão poucas linhas. Queremos, sim, chamar a atenção sobre a posição interior de quem se enfrenta com o difícil. Quase todos reconhecem que há coisas fáceis: geralmente, são as que os demais fazem e umas poucas que cada um dos afetados cumpre satisfatoriamente. Não sei por que a maioria das pessoas pensa que “os demais” – os “não grous” do mito platônico – têm coisas fáceis para fazer, e que a vida acumula as dificuldades sobre a gente e não sobre eles. Talvez seja porque a maioria das pessoas não sabe se colocar, de verdade, no lugar das demais. Por outro lado, cada um sabe que, diante de certas situações, pode desembaraçar-se de qualquer dificuldade; cada um sabe que tem capacidade para fazer bem ou muito bem algumas tarefas. Junto a estas, se juntam muitas outras vistas como insolúveis, como metas inalcançáveis. Pensemos um pouco. O fácil em si não existe. Se perguntássemos a cada pessoa o que é que…