A poesia, como tudo que é importante na vida, é difícil de definir. Este trabalho seria infindável se tratássemos de apontar as características certas ou falsas que, desde o fundo da nossa história conhecida, foram dadas à poesia. Hoje, sabemos que os Egípcios, os Sumérios e os Chineses – para citar alguns exemplos do passado remoto – faziam poesia e davam-lhe a maior importância. Na Índia milenar, os textos mágicos e religiosos mais antigos estão originalmente escritos em forma de poema, como o Mahabharata, que compreende no seu próprio interior o imortal Bhagavad Gita e o Uttara Gita. Os antigos concebiam todo o universo como sendo harmônico, regido pelos números e pelas proporções de ouro. Isto refletiu-se na ordenação dos sons, os quais alternados com os silêncios, deram origem à música, ao canto e à poesia, todas elas expressões do Homem que tratou, desde sempre, de fazer surgir da sua Alma as misteriosas sementes que os deuses tinham depositado nela, para uma melhor e mais justa compressão de si mesmo, da Natureza e de Deus. Mas como o modelo que podemos chamar “clássico” tem por característica unir o bom, o belo e o justo – conforme afirma o divino Platão…