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Palavras do Prof. Luis Carlos Marques Fonseca no seminário 30 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança

Palavras do Prof. Luis Carlos Marques Fonseca no seminário 30 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança, no STJ, em 09/10/2019: “Bom dia, damas e cavalheiros; meus cumprimentos à Mesa, especialmente ao Ministro Noronha, a quem agradeço pela honra de participar deste evento. Não sou da área jurídica, mas da área filosófica. E seria bom uma reflexão sobre os direitos da criança sob a ótica filosófica, não sob a ótica jurídica, legal. Isso virá depois, se a gente concluir qual realmente é a verdadeira necessidade da criança. Creio que é quase unanimidade, quase todos concordam, inclusive Platão também falava isso, que o ponto mais importante é a educação, que toda criança tem direito à educação. Creio, como filósofo, que a educação não é um direito só da criança; também é um direito do adolescente, é um direito da pessoa durante as etapas naturais da vida, é um direito inclusive de uma pessoa que já está se despedindo da vida, porque também tem que aprender não só a viver, mas a morrer, aprender a passar por todas as etapas de forma digna, realizada e feliz. Poderíamos falar muito sobre a educação, poderia até ser um seminário sobre educação, não vou…

Prometeu Acorrentado

No próximo dia 17, como ocorre todos os anos, na terceira quinta-feira do mês de Novembro, é comemorado o Dia Mundial da Filosofia, evento estabelecido pela UNESCO com o objetivo de promover a importância da reflexão filosófica e estimular a troca de experiências entre diferentes países, culturas, religiões, raças, formas de pensar e de viver. A UNESCO considera que a Filosofia provê as bases conceituais dos princípios e valores dos quais depende a convivência harmônica entre os povos. Neste dia, diferentes tipos de organizações, grupos comunitários, universidades e agências de governo, em diversos países, promovem eventos para discutir e inspirar o debate público sobre os desafios enfrentados pela sociedade em todo o mundo. A humanidade, com suas variadas formas de expressão cultural, necessita sempre encontrar respostas apropriadas que possibilitem a paz entre os seres humanos, respeitando suas diferenças. O fanatismo, o sectarismo e toda forma de radicalismo político, religioso, artístico e científico impede o diálogo construtivo, única forma pacífica de promover a convivência harmônica da humanidade. Várias guerras, guerrilhas e convulsões sociais, onde inúmeras vidas foram ceifadas de forma violenta, decorreram de posições radicais que tentaram se impor pela violência, rejeitando o diálogo. Observando a história, podemos constatar, em todos…

O que é a dimensão humana da Vida?

O filósofo francês René Descartes (1596 – 1650) pronunciou uma frase que ficou famosa e que foi distorcida com o passar do tempo: “Penso, logo sou” (“Cogito ergo sum”, do verbo latino “esse”, que significa prioritariamente “ser”, e não “existir”). Ou seja, aquilo que É comanda o pensamento. Assim, colocava o Ser acima do pensamento. Descartes era considerado um filósofo idealista: a Ideia (mundo do Ser) ilumina o pensamento, dando origem à razão. Com o tempo, a tendência que predominou no iluminismo e continua prevalecendo no mundo atual distorceu essa frase, transformando-a em: “Penso, logo existo”, condicionando a existência ao pensamento, numa espécie de culto ao racionalismo empírico, predominante na metodologia científica atual. No entanto, como esta corrente de pensamento não pôde ignorar a existência, também, dos sentimentos, da energia vital (disposição para agir, para adquirir propriedades, riquezas etc) e das necessidades biológicas (instintos de sobrevivência e procriação), a pergunta “Quem sou?” ganhou um grau alto de complexidade. São várias as alternativas de resposta: sou aquele que pensa ou a minha identidade é o próprio pensamento? Ou sou aquele que sente? Sou aquele que vibra, com disposição e confiança em si mesmo, porque possuo propriedades e riquezas? Sou os meus…