Um fenômeno perceptível na juventude de todos os países ocidentais, em maior ou menor grau, é o que poderíamos chamar de desinteresse geral. Há uma tendência – em alguns lugares muito acentuada – a evitar toda forma não só de compromisso com qualquer posição espiritual, política ou religiosa, mas também de qualquer contato que não seja tangencial. Grande parte da juventude de hoje tenta passar pela vida o mais anonimamente possível. O pêndulo voltou a se mover, e daquela juventude dos anos 50 aos 70, tão inclinada a defender causas sociais e políticas, a interessar-se por fenômenos parapsicológicos ou pela sabedoria que se dizia vinda do Oriente, se passou gradualmente a esta outra juventude de meados dos anos 80, que ziguezagueia entre os grandes temas tentando não tocá-los. Há uma forma de asco por tudo ou um aburguesamento surpreendente que a torna indiferente a qualquer nova ideia ou posição. É óbvio que estamos nos referindo à generalidade, pois jovens ativos e ávidos de aventuras espirituais sempre existiram, existem e existirão. Mas hoje constituem uma ínfima minoria que se deve procurar como a uma agulha no palheiro. Tanto as pesquisas como nossa própria experiência em países de diferentes línguas e costumes,…