Aqui me posto ante teu berço
de homem-lótus, recém-desperto.
Faço meus votos por teu destino,
vôo de águia a céu aberto.
Que haja saga, que vibre o sangue,
e que teus sonhos apenas somem
não aos prazeres que o homem prova,
mas às virtudes que provam o Homem.
Que a vida vaga, vã e inerte
em puro ardor seja convertida,
por tudo aquilo que a Vida verte,
e não àquilo que inverte a vida.
Que pises forte, que tenhas fibra,
e que teus frutos sejam entregues
jamais às sombras que cegam a alma,
mas sempre às luzes que a Alma segue.
Faz a oferta de teu esforço
toda vitória e a vida em si,
pois toda a obra que de ti nasce
é dos que nascem através de ti.
Se o tempo esgota e pouco te sobra,
e, por apego, temas, resistas,
liberta a obra, qual nobre artista…
Vê que és o artista e a própria obra.
Prof. Lúcia Helena Galvão.
Esse poema foi musicado por Keco Brandão e Flávia Wenceslau.