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Ser Jovem

“Juventude, divino tesouro, vais-te embora para não voltar.Quando quero chorar não choro e às vezes choro sem querer.” Rubén Darío Desta vez não nos vamos referir à juventude da alma… à misteriosa “Afrodite de Ouro”, a essa bondosa Mãe que nos faz ver a parte bela e boa da Natureza e da Alma. Mas sim à vulgarmente chamada “juventude”, à qual elevamos um trono entre os afortunados. Pois, mais além de toda a reflexão esotérica e conhecimento oculto sobre as reencarnações, é indiscutivelmente a Primavera da vida, com as suas tempestades e chuvas de granizo, mas Primavera finalmente, pletórica de força, vitalidade, cores e demais encantos. O famoso poeta de língua espanhola que citámos no princípio, soube recolher em versos muito simples o sentimento coletivo da maioria das pessoas; ele era, sem dúvida, um amado das Musas. Dirijo-me, então, àqueles que ainda não cumpriram os trinta anos físicos. Sei que esta idade como topo da juventude é arbitrária, mas parece-me a idade mais ajustada, como termo médio a nível mundial.Em muitos casos, desgraçadamente, o jovem desperdiça essa “Primavera” da sua vida; escapam-se as rédeas das suas mãos e o seu corpo e os seus sentidos descontrolam-se até caírem em caminhos…

Votos

Aqui me posto ante teu berço de homem-lótus, recém-desperto. Faço meus votos por teu destino, vôo de águia a céu aberto. Que haja saga, que vibre o sangue, e que teus sonhos apenas somem não aos prazeres que o homem prova, mas às virtudes que provam o Homem. Que a vida vaga, vã e inerte em puro ardor seja convertida, por tudo aquilo que a Vida verte, e não àquilo que inverte a vida. Que pises forte, que tenhas fibra, e que teus frutos sejam entregues jamais às sombras que cegam a alma, mas sempre às luzes que a Alma segue. Faz a oferta de teu esforço toda vitória e a vida em si, pois toda a obra que de ti nasce é dos que nascem através de ti. Se o tempo esgota e pouco te sobra, e, por apego, temas, resistas, liberta a obra, qual nobre artista… Vê que és o artista e a própria obra. Prof. Lúcia Helena Galvão. Esse poema foi musicado por Keco Brandão e Flávia Wenceslau.